26 de fevereiro a 4 de março – Nova semana de memórias

Por Gustavo Seferian

Lançamos uma nova semana de memórias, com algumas marcações a posteriori, neste bom esforço de recuperação à rotina.

E tanto derrotas quanto vitórias ao conjunto dos vencidos e vencidas da história marcam estes dias que hoje rememoramos.

Iniciamos com um tremendo baque, expresso pelo trunfo imperialista: finda no dia 26 de fevereiro de 1885 a Conferência de Berlin, que após longos meses “define” a partilha do continente europeu entre nações imperialistas europeia, ação que fomenta todo um conjunto de mazelas que se perpetuam no continente africano por força da ingerência venal do capital.

Berlin também ambienta nosso segundo registro de memória. Em 27 de feveiro de 1933, dá-se na cidade o Incêndio do Reichstag. Farsa conduzida pelos nazistas, utilizou como bode expiatório o jovem, forte e ingênuo militante comunista Marinus van der Lubbe para justificar o arrocho do regime e o avanço indiscriminado da violência contra os opositores políticos do nazismo, sobretudo os social-democratas e comunistas.

O dia 28 de fevereiro remete, porém, a outro tempo e espaço. Foi nesta data, em 1525, que o último rei asteca, Cuauhtémoc, após ser traído e preso, acabo sendo executado a mando do colonizador Hernán de Cortés.

Ano bissexto o nosso, nos traz também a retomada de evento dado em 29 de fevereiro de 1964, data em que Raul Alterman, militante comunista de origem judaica, foi assassinado em Buenos Aires por nazistas. Sua morte se colocou como represália à prisão pela Mossad de Adolf Eichmann, dada também na Argentina, e que viria a resultar em sua futura condenação e execução.

Já o início de março de 2020 nos trouxe triste notícia. No dia 1º último, faleceu aos 95 o padre, poeta e sobretudo militante nicaraguense Ernesto Cardenal. Não nos deixa apenas um legado revolucionário em versos e atos, mas a mim, particularmente, marca a memória com a cena da reprimenda recebida do Papa João Paulo II em sua viagem para agência imperialista em Manágua.

Mas não só de derrotas e saudades se constrói esta semana. O 2 de março remete à fundação da III Internacional (1919), que porquanto não se degenerou e serviu à frustração revolucionária internacionalista, serviu de grande instrumento de articulação das classes trabalhadores de todo o mundo.

O mesmo remete ao dia 3 de março, data da assinatura, em 1918, do tratado de Brest-Litovski, que colocou fim à participação russa na I Grande Guerra, consagrando a bandeira de paz prenunciada no tríptico que sustentou o processo revolucionário inaugurado no ano anterior.

Por fim, o dia 4 de março de 1875 nos remete ao nascimento do grande revolucionário húngaro Mihály Károlyi, timoneiro da República dos Conselhos Húngara de 1919.

Seguiremos, daqui em diante, diariamente com nossos textos.

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